Éder, o “patinho feio” da selecção, marcou o golo que fez a história da final do Euro 2016 Georgi Licovski / EPA |
Éderzito António Macedo Lopes, mais conhecido Éder, passou a ser eterno na história no futebol luso quando aos 109 minutos, com um remate de fora da área, depois de ter fugido ZAP
aos centrais gauleses, marcou o golo que tornou Portugal campeão da Europa.
O avançado de 28 anos, o ‘patinho feio’ desta seleção que viu muitas vezes posta em causa o seu lugar no lote de 23 de Fernando Santos, foi o herói improvável de Portugal no Stade de France, mas não foi o único.
Durante o tempo regulamentar, fase em que a França foi claramente superior a Portugal, Rui Patrício foi um giganteentre os postes, efetuando uma mão cheia de excelentes defesas, mantendo a seleção lusa na luta pelo troféu.
E Pepe foi imperial no centro da defesa, exibição que lhe valeu o prémio de melhor jogador da final.
Após o empate com a Islândia na estreia, Fernando Santos disse que iria para casa só no dia 11 e em festa. Assim o vai fazer.
Portugal pôs fim a uma série de 10 derrotas seguidas com a França, que hoje perdeu o estatuto de ‘besta negra’ do futebol português, depois de ter eliminado a seleção lusa em três meias-finais.
A formação das ‘quinas’ sagrou-se campeã europeia num jogo em que desde muito cedo perdeu Cristiano Ronaldo, que ficou lesionado depois de uma entrada duríssima de Payet, num lance em que o árbitro nem falta assinalou.
Na véspera da histórica final do Euro 2016, o selecionador francês Didier Deschamps tinha dito que ainda ninguém tinha encontrado a “fórmula anti-Ronaldo”.
Este domingo, encontrou-a.
O capitão português ainda tentou manter-se em campo, mas acabou por sair em lágrimas, aos 25 minutos, dando lugar a Ricardo Quaresma.
A verdade é que Portugal, que voltou a ter William Carvalho e Pepe no ‘onze’, entrou muito mal na final do Euro2016, não conseguido fugir ao nervosismo de um palco tão grande, errando muito passes a meio-campo, que a França foi aproveitando para ganhar algum ascendente no encontro.
Numa altura em que Ronaldo já estava debilitado, Rui Patrício iniciou o seu ‘festival’ de boas defesas, negando golos a Griezmann, com uma intervenção fantástica, e depois a Giroud, que atirou à figura do guarda-redes do Sporting.
Se já parecia estar difícil para Portugal, ainda mais ficou quando Ronaldo saiu de campo. A formação lusa sentiu muito a ausência do seu capitão e até ao intervalo mostrou-se algo perdida no relvado.
Sissoko realizou inúmeras arrancadas desde o seu meio campo, com William Carvalho e Adrien a terem sempre muitas dificuldades em parar o médio do Newcastle, e numa desses lances Patrício teve de intervir, impedido que o jogador francês desse vantagem à sua seleção.
Portugal aguentou e foi para o intervalo com o nulo no marcador.
Fernando Santos aproveitou para corrigir algumas situações e a seleção nacional entrou mais organizada na segunda parte, com as linhas mais coesas, mas continuou sem ‘poder de fogo’.
Mesmo assim, Patrício foi novamente chamado a intervir, aos 58 minutos, e pouco depois viu Griezmann falhar a melhor oportunidade do jogo até esse momento.
Griezmann, que se sagrou melhor marcador do Europeu (seis golos), apareceu solto na área mas atirou por cima.
Os ‘bleus’ começaram mais uma vez a crescer e, aos 66 minutos, Fernando Santos lançou o experiente João Moutinho para o lugar de Adrien, que sentiu muitas dificuldades na batalha do meio-campo frente a Pogba e Matuidi.
Depois de nova defesa do guarda-redes português, foi a vez de Éder ter o seu papel na final, substituindo Renato Sanches, o melhor jogador jovem do torneio, que sentiu demasiado o peso da final.
Portugal melhorou. Ganhou um homem entre os centrais franceses, dando a Nani e Ricardo Quaresma outra liberdade na construção do jogo ofensivo.
O avançado entrou aos 79 minutos e praticamente na jogada seguinte chegou finalmente ao pé de Lloris, que defendeu com segurança um remate de Quaresma.
Já cheirava a prolongamento, mas antes Rui Patrício teve de voltar a opor-se a Sissoko e viu Gignac acertar no poste, num lance em que o avançado francês ‘deitou’ Pepe.
A bola não entrou e Portugal continuou na luta.
A seleção nacional cresceu muito durante o período extra, talvez por ter tido mais um dia de descanso antes da final, e passou a ter maior domínio no meio campo, a culminar no momento em que, na marcação de um livre directo,Raphael Guerreiro acerta com estrondo na barra.
E aos 109 minutos, o momento da final.
Éder contra o mundo. Sozinho, o avançado recebeu a bola entre Koscielny e Umtiti, fugiu, foi agarrado e de repente disparou rasteiro do ‘meio da rua’, batendo Lloris e ‘gelando’ grande parte do Stade de France. Portugal estava a 10 minutos de ser campeão europeu.
Com mais ou menos dificuldades, a seleção nacional aguentou as investidas francesas, mesmo com Raphael Guerreiro lesionado no lado esquerdo da defesa, e sagrou-se campeã europeia.
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