sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Tudo ao contrário




Pedro Passos Coelho na audiência com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, no Palácio de Belém
Pedro Passos Coelho assume que, depois do PS ter de forma “irresponsável” derrubado o executivo, cabe-lhe agora construir uma solução de Governo com “uma maioria estável, duradoura e credível”, que, no entanto, “ainda não tem”.
O PSD foi o primeiro dos sete partidos com assento parlamentar a ser recebido pelo
Presidente da República esta sexta-feira para debater sobre a situação política criada após a demissão do XX Governo Constitucional, depois do PR ter consultado patrões, sindicatos, banqueiros e economistas.
No fim da audiência com Cavaco Silva, o presidente do PSD e primeiro-ministro afirmou que transmitiu a Cavaco Silva que agora “cabe ao PS construir uma solução de Governo que corresponda àquilo que o próprio PS disse que era indispensável e sem o que não derrubaria o Governo que saiu das eleições, ter uma maioria estável, duradoura e credível que ainda não tem”.
À saída do Palácio de Belém, numa declaração aos jornalistas sem direito a perguntas, Passos ressalvou que se as circunstâncias constitucionais o permitissem o PSD defenderia a convocação de eleições antecipadas, mas, “uma vez que essa possibilidade está vedada”, cabe nesta fase ao PS “apresentar ao país e ao Presidente da República uma tal alternativa”.
Rodeado pelos vice-presidentes do partido Jorge Moreira da Silva e Marco António Costa, pelo secretário-geral do PSD José Matos Rosa, e pelo líder parlamentar, Luís Montenegro, Pedro Passos Coelho reforçou a ideia: “O PS tem a obrigação política e moral de apresentar uma solução de Governo“.
“É muito importante que o PS exerça essa responsabilidade de forma plena”, afirmou o líder do PSD, que no entanto alertou que “o PS não pode voltar-se para os partidos que derrubou no Parlamento pedindo-lhes ajuda no futuro, mas também não pode, com certeza, acreditar que os partidos mais à esquerda parlamentar que se têm mostrado sempre anti-europeus e anti-atlantistas sejam um suporte para um Governo estável, duradouro e credível que o país precisa”.

PS diz que acordos garantem “boas condições de governabilidade”

Por sua vez, o secretário-geral do PS assegurou que os acordos estabelecidos com BE, PCP e PEV garantem um Governo socialista com “condições de estabilidade na perspetiva da legislatura e boas condições de governabilidade”.
“É a solução necessária para aquilo que se impõe e para poupar ao país um arrastamento de uma situação de incerteza, uma situação de indefinição, que colocaria o país numa situação de crise política desnecessária”, afirmou o líder socialista, António Costa, à saída da audiência com o Presidente de República, que se seguiu à do PSD.
Sublinhando que os acordos estabelecidos entre o PS, o BE, o PCP e o PEV foram negociados com “boa-fé” e “rigor”, António Costa disse que está garantida “a existência de um Governo do PS com apoio maioritário na Assembleia da República, com condições de governar com o programa que está já aprovado [pela Comissão Nacional do PS], com condições de estabilidade na perspetiva da legislatura e boas condições de governabilidade”.
ZAP

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