quarta-feira, 30 de março de 2016

Rio falta ao Congresso do PSD e lança farpas a Passos Coelho

O ex-presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio
presidencia.pt
Ex-presidente da Câmara do Porto vai faltar à reunião dos sociais-democratas porque não quer “perturbar”. Quanto às críticas de Passos Coelho sobre a intervenção na banca, Rio acredita que o primeiro-ministro e o Presidente da República só fizeram bem em envolver-se nessa questão.
O ex-autarca Rui Rio deu recentemente uma entrevista à TSF, na qual explica as razões que o levam
a faltar ao próximo congresso do PSD, marcado para este fim de semana em Espinho.
“Se eu lá fosse ainda me arriscava a ser um elemento central do congresso. O dr. Pedro Passos Coelho resolveu candidatar-se, com base em ter sido o mais votado (embora não o vencedor). Tem essa legitimidade, eu não quero perturbar”, afirmou.
Na mesma entrevista, o ex-presidente da Câmara do Porto não resistiu em deixar cair a farpa ao atual líder do PSD, que há pouco tempo criticou a intervenção do Governo nas questões da banca.
Rio considera que tanto António Costa como Marcelo Rebelo de Sousa fizeram bem em tentar “influenciar” o futuro da banca nacional, até pelo “valor estratégico muito grande” que o setor tem.
“O poder político, podendo, deve interferir e influenciar as grandes questões estratégicas para o país”, considera. “Se calhar não é assim para um liberal, mas tenho uma perspetiva social-democrata”, deixou o recado a Passos Coelho.
Além disso, o social-democrata deixou inúmeras críticas ao sistema financeiro europeu, considerando que é preciso bater o pé à Europa, que forçou uma venda rápida do Banif ao Santander que se revelou prejudicial ao país.
“Foram 3 mil milhões num fim-de-semana, é disto que estamos a falar”, declara o economista, que andou a rever as últimas contas do banco e lembra que este valia 675 milhões poucos meses antes da venda.
“Há aqui uma certa hipocrisia quando não entraram soldados, mas entram instâncias europeias a dizer: esse banco é para ali e façam favor de por os contribuintes portugueses a pagar”, acrescenta.
Perante este cenário, Rio apoia os que defendem que é preciso contrariar a “espanholização” da banca portuguesa e, a propósito das notícias que dizem que o BCE está contra a entrada de Isabel dos Santos no BCP e o impasse no BPI, deixa ainda uma outra crítica.
“Uma coisa é usar poderes de supervisão, outra é prejudicar o interesse nacional.Não permitir que Isabel dos Santos entre no BCP é intolerável. Porque o que está em causa é conseguir que seja determinado banco o acionista do BCP”, neste caso um espanhol.
Relativamente ao Novo Banco, o ex-autarca entende que “não pode ser vendido à pressa” e que não o “choca nada capitalizar o Novo Banco com dinheiro público, para ficar em condições de ser bem vendido”.
“Se quiserem chamar a isso nacionalização do NB chamem, não me choca nada. Não tenho preconceitos ideológicos”, opina.
ZAP

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