quarta-feira, 25 de março de 2015

O carreirismo político

Carreirismo político. Uma frase muito em voga hoje em dia, desacreditada e suscitadora de dúvidas e desconfianças, mal acaba de ser pronunciada e ouvida.
Mas será que nós, cidadãos que vivemos do nosso trabalho do dia a dia, somos capazes de entender a profundidade e as consequências para o país desta "nova" forma de afirmação pessoal e política?

Até à implantação de república em 1910, aqueles que estavam destinados à governação (reis, príncipes, família real e membros da chamada nobreza) eram minuciosamente preparados ao longo de toda a sua juventude e até à idade adulta, para um dia virem a assumir funções de estado. Nem todos lá podiam chegar mas os princípios, a formação e a idoneidade, ficavam lá.


Depois da implantação da república e com o estado novo,
assistimos a uma verdadeira revolução, não apenas política, mas também social, numa tentativa de encontrar caminhos que pudessem ser mais justos e democráticos, o que raramente foi conseguido.



Depois do 25 de Abril de 1974, começamos a assistir ao nascimento paulatino do carreirismo político, que ganhou enorme impulso nos últimos anos. E os resultados, estão à vista de todos. 


                                                                 



"Os profissionais da política são, geralmente, pessoas que abandonaram (ou não conseguiram, sequer, começar a exercer) outras actividades. Raramente tiveram uma profissão em que se realizassem como cidadãos e muitos só têm emprego quando o partido está no poder. Alguns abandonaram (ou não conseguiram concluir) a formação académica para abraçar a profissão de político. Este fenómeno gera o chamado carreirismo político, uma situação em que o objectivo predominante do agente político é a defesa do próprio interesse profissional de chegar longe e alto"

E pouco mais à a dizer sobre este assunto. Os portugueses não podem passar a vida a olhar para o que os outros fazem lá fora. Nós precisamos de verdadeiras oportunidades mas para todos e nomeadamente para os que provarem ter mais capacidades. Com gente competente e moralmente bem formada, seguramente o país ficará mais bem servido. 


Portugal pode fazer muito melhor do que tem vindo a fazer. Para isso, precisa de políticos qualificados e, acima de tudo, de verdadeiros homens de estado, que sejam capazes de contornar dificuldades e bater o pé, quando o interesse português estiver primeiro.

Porque este é um espaço que fala dos antigos valores, lembro que todos diziam que era impossível passar o Cabo Bojador. Missão impossível! Gil Eanes, bem motivado pelo Infante D. Henrique, enfrentou a tormenta, a própria tripulação temerosa e conseguiu esse desígnio.
Afinal era possível, faltava era coragem e determinação.

Hoje numa conjuntura política e económica bem diferente, existem outros "Cabos Bojador" para dobrar. Por isso quem alcança o poder tem de ter alicerces, força interior, cultura, e provas dadas de capacidade humana e profissional. Só assim a " tripulação" se sentirá motivada e confiante!





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