sexta-feira, 20 de março de 2015

A POPULAÇÃO PORTUGUESA DESDE A FUNDAÇÃO DO REINO

Os números a seguir indicados podem não ser rigorosos, como é natural, considerando as várias centenas de anos que nos separam da fundação do Reino de Portugal. No entanto, os dados conhecidos, parecem indicar que os portugueses nunca tiveram grande apetência para se multiplicar através dos tempos.

1128 - logo após a independência, seriamos à volta de 495.000.
1300 - estima-se à volta de 700.000
1400 - Cerca de 1.000.000
1800 - 3.000.000
1900 - 5.000.000
1997 - 10.500.000

Ao longo de todo este período, houve grandes calamidades e mutações, como a peste negra,  o envio de colonos para as novas terras descobertas, tão dispersas e outras tão longe, o Terramoto de Lisboa em 1755, a emigração para o Brasil e para as novas possessões em África.

Alguns dados foram retirados do sítio Lusotopia, a quem desde já, agradeço.
Peste Negra na Europa


Todavia, no inicio dos descobrimentos, Portugal teria cerca de 1.000.000 de habitantes, o que, face à grande necessidade de homens, que era necessário enviar para as várias frentes em que o País se encontrava envolvido, era manifestamente pouco.



Como se resolvia então este problema, uma vez que as novas descobertas exigiam cada vez mais gente que, em muitos casos, não mais voltava, permanecendo nos mais

diversos lugares para onde foram enviadas como colonos?

Em 1415 para a conquista de Ceuta, D. João I arregimentou um exército de cerca de 19 000 a 20 000 cavaleiros e soldados portugueses, inglesesgalegos e biscainhos.

Para Tânger e Arzila, seguiram famílias judias e espanholas, a mando do governo de Portugal.

Para colonizar os Açores e a Madeira, foram enviados colonos portugueses e estrangeiros.

Para a Ilha de Santiago em Cabo Verde, foi enviada mão de obra escrava da vizinha Guiné e colonos do Alentejo e Algarve.

 Cristovão Colombo afirmava no final do século XV que cerca de metade da população portuguesa havia morrido em consequência dos descobrimentos (consultar). 

O incremento do comércio de escravos mostrou-se incapaz de compensar a saída de pessoas para as expedições marítimas. O comércio marítimo atraiu a fixação de inúmeros estrangeiros dos pontos mais distantes da Europa.

Expulsão dos Judeus
As continuas perseguições de judeus em Espanha (Castela e Aragão), e depois a sua definitiva expulsão (1492), fizeram disparar o número de judeus em Portugal. A maioria dos historiadores calcula que terão vindo cerca de 180.000. 

A "expulsão" dos muçulmanos e judeus, em 1496, e depois as perseguições da Inquisição, levaram à saída de  inúmeros portugueses para a Holanda, França, Grécia, Turquia, etc. O Terror inquisitorial durante o domínio espanhol (1580-1640), provocaram a fuga de cristãos-novos em proporções nunca vistas. 

O despovoamento do país foi compensado pela importação de escravos que passaram a constituir uma  parte significativa da população de muitas cidades, como Lisboa. Apenas no século XVIII, o célebre Marquês de Pombal, acabou com a escravatura em Portugal.


Milhares de estrangeiros fixaram-se também em Portugal, nomeadamente ligados às actividades marítimas.

Poder-se-à concluir que, nesta época, existia uma movimentação multifacetada de povos e pessoas, que corriam atrás das novas oportunidades, que surgiam a cada dia.

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